A psicologia é repleta de áreas e abordagens, por isso é uma ciência tão complexa e essencial a todos os indivíduos. Uma destas abordagens é a psicologia comportamental, amplamente aplicada por vários profissionais.
As explicações dessa vertente da psicologia por si só já são capazes de instigar a curiosidade da maioria das pessoas. Até porque todos nós desejamos compreender as razões das nossas ações, em seus distintos contextos.
Se você tem interesse nesta área e quer entender melhor como ela funciona, leia este artigo especial preparado para você. Vamos lá?
Como o termo já sugere, este segmento tem como objeto principal de estudo o comportamento de indivíduos. Também é chamada de comportamentalismo ou behaviorismo, devido a escola em que surgiu.
Basicamente, trata-se do
comportamento publicamente observável. Neste sentido, o behaviorismo acredita que existe uma
unidade entre mente e corpo, ao contrário de outras abordagens.
Ou seja,
nosso corpo e nossa mente são responsáveis por executar em conjunto de comportamentos operantes que podem ser:
Além disto, para
os psicólogos com essa atuação, o comportamento dos seres humanos são aprendidos ao longo da vida, por meio de
associações, recompensas ou até mesmo punições. Assim, o objetivo é entender de onde as ações vem e transformá-las em hábitos melhores e mais saudáveis.
Entre os séculos XIX e XX iniciaram-se os principais estudos sobre a psicologia comportamental. O psicólogo John B. Watson, considerado um dos principais pensadores e idealizadores do behaviorismo, publicou neste período o manifesto “Psychology as the Behaviorist views it”, traduzido livremente para “Psicologia como o comportamentista a vê”.
De forma resumida, o estudo aponta a possibilidade da
psicologia ser uma
ciência objetiva, mensurável e com experimentações práticas. Watson ancorou sua pesquisa em outros dois pensadores importantes, sendo eles Vladimir Bechterev e Ivan Pavlov.
Para compreender plenamente o funcionamento da psicologia comportamental é necessário conhecer alguns conceitos que formaram as bases de estudo deste campo. Então, leia com atenção os tópicos abaixo.
Para os behavioristas, condicionar um indivíduo a determinada situação é o caminho para a aprendizagem, como mencionado anteriormente. E este condicionamento pode ser clássico ou operante.
O
condicionamento clássico diz respeito às respostas que são estabelecidas e forçadas ao indivíduo, fazendo então que o conhecimento seja adquirido.
Por outro lado, o
condicionamento operante está diretamente
relacionado aos esforços e punições. Para aplicá-lo, é preciso fazer com que se conheça as consequências de determinado comportamento.
Esquemas de reforço um conjunto de técnicas próprias do condicionamento operante. A partir do reforço de determinado comportamento, é possível prever o tempo e a velocidade de resposta, entendendo então o processo de aprendizagem. É possível aplicá-los de diferentes formas.
Em resposta contrária a outros estudos da época, o behaviorismo surge com a intenção uma metodologia dentro da psicologia. Assim, são descartados os pensamentos a respeito da mente e emoções, para tratar de observação e experimentação.
Nesta abordagem clássica, compreende-se que os comportamentos podem ser moldados por meio de estímulos.
O russo Ivan Pavlov foi uma das mais importantes influências para o desenvolvimento das pesquisas de Watson. Sua principal experiência para comprovar a teoria comportamentalista foi realizada com um cachorro, por isso tornou-se popularmente conhecida como “O Cão de Pavlov”.
Em resumo,
Pavlov condicionou cães para que salivassem ao detectar a presença de comida. No entanto, ele condicionou essa suposta presença ao barulho de um sino. Então, para os animais,
o som do sino foi transformado numa associação para comida, mesmo que não houvesse.
Psicologia comportamental tem sido influenciada por uma série de proeminentes pensadores. Parte da compreensão da história e do fundamento destes princípios comportamentais envolve aprender mais sobre as pessoas que descobriram e defenderam essas teorias.
Confira abaixo uma lista com os maiores influenciadores da psicologia comportamental:
Ivan Pavlov: filósofo russo conhecido principalmente pelo seu trabalho no condicionamento clássico: um processo que descreve a gênese e a modificação de alguns comportamentos com base nos efeitos do binômio estímulo-resposta sobre o sistema nervoso central dos seres vivos.
Edward L. Thorndike: o psicólogo norte-americano formulou a Lei do Efeito. De acordo com essa lei, todo comportamento de um organismo vivo (um homem, um pombo, um rato etc.) tende a se repetir, se nós recompensamos (efeito) o organismo assim que este emitir o comportamento. O comportamento só não se repete se o organismo for castigado.
John B. Watson: o psicólogo também norte-americano inovou ao propor o estudo do comportamento em si mesmo, não necessitando de analogias com a consciência humana ou mesmo com o comportamento humano.
Clark L. Hull: os estudos de Hull, psicólogo norte-americano, consideravam que no processo de aprendizagem a variável intermédia seria a motivação. A sua concepção poderia ser expressa pela fórmula: Potencial de Reação = (Força do hábito x Impulso x Motivação) - Inibição.
BF Skinner: por fim, o filósofo norte-americano considerava o livre arbítrio uma ilusão e ação humana dependente das conseqüências de ações anteriores. Se as conseqüências fossem ruins, havia uma grande chance de a ação não ser repetida; se as conseqüências fossem boas, a probabilidade de a ação ser repetida se torna mais forte. Esse estudo recebeu a nomeação de princípio de reforço.
Neste ponto do artigo, você já entendeu grande parte da teoria por trás do comportamentalismo. Porém, talvez a pergunta mais importante seja: quais os efeitos desta abordagem na vida prática?
Para responder, listamos uma série de benefícios que farão total diferença para os indivíduos que são atendidos por essa especialidade ou possuem interesse nela.
Se todos os comportamentos são aprendidos por algum tipo de associação, é possível mudá-los ao tomar consciência deles e das outras possibilidades.
Por exemplo, em geral,
nossas ações são realizadas pelas compensações. Um vício foi aprendido como comportamento por trazer algum tipo de recompensa. Assim, para mudá-lo, é necessário
identificar qual é esta compensação e como substituí-la por algo mais saudável.
Ou seja, a análise comportamental permite identificar ações que internalizamos mas que passaram por um processo de aprendizagem e, portanto, podem ser revistas.
Dentro do processo terapêutico, o psicólogo buscará apresentar os fatos de formas variadas ao paciente, obviamente sem interferências pessoais. Neste caso, os métodos e os processo utilizados dentro da sessão indicarão caminhos e provocarão o pensamento crítico a respeito do próprio comportamento.
Ou seja, o objetivo é tornar o paciente capacitado para analisar as situações de formas diversas e dentro da realidade.
Como não poderia ser diferente, e assim como em todo processo de acompanhamento psicológico, a psicologia comportamental permite que o indivíduo se conheça melhor.
O autoconhecimento está entre os maiores benefícios desta abordagem, afinal,
o paciente entrará em contato com seus comportamentos e será capaz de percebê-los mais nitidamente. O resultado é encontrar aprendizagens e processo que podem ser mudados caso sejam prejudiciais.
A psicologia comportamental ainda está entre as principais correntes da psicologia e seu surgimento se deu com bastante força enquanto a área ainda era transformada em ciência. Assim, sua aplicação é amplamente difundida e não se restringe apenas ao consultório.
O comportamentalismo é estudado para processo de aprendizagem em organizações de ensino,
empresas e outros espaços. Por meio dele, é possível conduzir pessoas em prol de melhorias individuais que impactarão em todos os ambientes.
O conteúdo acima foi útil para entender a psicologia comportamental?
Então, não perca tempo e leia um panorama sobre o que é a psicologia no blog do ESCUTA AQUI.