Você que está lendo este artigo foi impactado, seja diretamente ou indiretamente, pela pandemia ocasionada pelo COVID-19. O fato é que nenhum brasileiro esperava estar isolado tanto tempo dentro de casa. Isso está criando um grave problema: a fadiga na quarentena.
Ao redor do Brasil, de Norte ao Sul, a principal recomendação é: fique dentro de casa! Principalmente se você tiver o privilégio de poder trabalhar do conforto do seu lar e obter conexão internet para falar com entes e amigos queridos.
Mas o fato é que muitos estão dando “pequenas escapulidas”, seja para realizar visitas em lugares sem aglomeração ou resolver assuntos rápidos. De todas as formas, o pico do COVID-19 ainda não chegou em muitos estados. Resumindo, o perigo da contaminação existe e precisa ser evitado.
Pensando no tema, a escutaaqui trará um panorama sobre a fadiga e relacioná-la ao novo fenômeno “fadiga na quarentena”. Adiantando, tudo está relacionado a forma como o nosso psicológico reage aos acontecimentos. Quer saber ainda mais? Basta seguir com a leitura!
A fadiga (ou Síndrome da Fadiga Crônica - SFC) é o nome que se dá a um sintoma que está caracterizado pela sensação de desgaste, cansaço e falta de energia. Como é de se esperar, este é um sintoma bastante recorrente entre os mais diferentes tipos de doenças e condições.
Assim, tem causas diversas e entende-se “fadiga” como uma sensação de desgaste, cansaço excessivo e falta de energia. As principais causas são: estilo de vida não saudável, estresse contínuo, problemas psicológicos e condições médicas (como ter anemia, câncer e outras doenças).
Existem alguns tipos de fadiga. Veja abaixo:
Já quando falamos de sintomas, os principais são:
Agora que você já sabe um pouco mais sobre a fadiga falando pelo aspecto biológico, ficará mais fácil entender como a fadiga na quarentena ocorre.
Voltando alguns meses atrás, antes da quarentena iniciar, nós tínhamos outro tipo de rotina e estilo de vida. Podíamos sair em público, ver shows, visitar os amigos, fazer festas de aniversário, entre outras atividades.
Encarávamos o COVID-19 como um “vírus da China”, que nunca chegaria aqui. Após a primeira quinzena de março, tudo mudou. Precisamos nos adaptar a nova realidade que era o isolamento social.
As previsões iniciais eram que a quarentena duraria até o início de maio. No entanto, quase 5 meses após o início, as notícias ainda não são agradáveis. Vemos, diariamente, o número de infectados e de óbitos aumentando.
Por outro lado, para a psicologia, o ser humano consegue absorver situações indesejadas, com forte estresse, apenas por um curto período. Isto porque nos fazemos acreditar que uma situação complicada, logo passará; “é apenas uma fase”.
Logo após esse curto tempo, que pode durar 2 semanas, nosso cérebro entra em desgaste. Se a nossa reação inicial é se proteger e ficar na retaguarda, logo após relaxamos, não criando medo do perigo presente.
Esse fenômeno, nesse caso específico, pode ser denominado “fadiga na quarentena”. Voltando a falar do mês de março, grande parte da população sentiu medo do novo vírus, ficando em casa e respeitando as medidas.
Já atualmente, em julho, o cenário é diferente: as pessoas estão saindo de casa e o comércio está reabrindo, mesmo com as estatísticas estando mais altas que em março.
A explicação pode surgir como reação dos os mecanismos de alerta do corpo humano, principalmente os cerebrais (com atuação da amígdala e hipocampo). Mesmo que ocorra uma ação inicial ante um perigo, como a possibilidade de infecção por um vírus, essa reação entra em colapso depois de um tempo.
A doutoranda em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações da Universidade de Brasília (UnB), Jéssica Farias, realizou uma pesquisa entre abril e março com 2.056 pessoas de 25 estados com o objetivo de compreender o descumprimento das medidas de isolamento.
A doutoranda chegou à conclusão que estudantes e desempregados demonstraram maior intenção de violar a quarentena, por necessidade de trabalho, uma questão de subsistência.
Ficar 24 horas dentro de casa pode ser insuportável para algumas pessoas. Além de resultar na fadiga da quarentena, pode causar também outras reações psicológicas, como a raiva, estresse, ansiedade e depressão.
Alguns psicólogos recomendam certas ações para que esse tipo de fadiga não chegue a se manifestar. Primeiramente, é preciso reforçar que não há incentivos para sair de casa, por isso, a melhor maneira de evitar a fadiga da quarentena é se reinventar.
Como? Criando novos hábitos diários, diversificando os tipos de exercícios físicos, realizando novas leituras, marcando vídeo chamadas com amigos periodicamente, decorando um novo cômodo, entre outras dicas.
Caso haja uma enorme necessidade de colocar os pés para fora de casa, uma das opções é recorrer aos serviços essenciais, como bancos, supermercados e farmácias. Por exemplo, se você precisa fazer a compra do mês, que tal caminhar até um supermercado um pouco mais longe?
Antes de tomar essa decisão, tenha certeza que no meio do caminho você não entrará em lugares apertados, que pode ocasionar em aglomeração, e não correrá nenhum tipo de perigo.
Por fim, é possível também caminhar com o carro pela cidade com o vidro sempre fechado, obviamente.
Quando falamos em fadiga na quarentena, muitos acreditam que ela seja provocada pela infecção do COVID-19 em si. Mas isso não é verdade.
É fato que muitos pacientes que deram positivo para o Coronavírus apresentam como sintoma a fadiga, mas isso é decorrente dos danos que o vírus causa ao nosso corpo. Após a contaminação, é normal que ocorra um desaceleramento e excesso de sono.
Já a fadiga na quarentena pode ocorrer com qualquer pessoa, mesmo não estando infectada. Como citado anteriormente, é uma reação psicológica, uma vez que não nos importamos mais com o perigo da contaminação, fazendo com que alguns saiam de casa.
O psicólogo será o melhor profissional a guiar na resolução da fadiga da na quarentena. Esse profissional reconhecerá a raiz do problema e apresentará formas do seu paciente ter paz mental durante esse perigo tão conturbado.
Matheus Santos, psicanalista e fundador da escutaaqui, explica um pouco mais sobre a importância de pedir ajuda psicológica durante o isolamento:
“Estamos vivendo uma situação sem precedentes e sem previsão, nunca tínhamos vivido isso antes e não sabemos como será daqui para frente. Todo esse cenário é propício para elevar ou até desenvolver quadros de ansiedade, depressão e estresse. Encarar tudo isso sozinho sendo que existe recursos para tratamento, não é um bom caminho. A escutaaqui nasceu nesse momento justamente para ser uma possibilidade de um tratamento frente ao isolamento, ou seja, você fará sua terapia de onde, quando e como quiser.”
Para que não haja aglomerações ou saídas de casa desnecessárias, há opções de consultas online. Elas ocorrem da mesma forma que as presenciais, no entanto, a interação entre o paciente e o profissional acontece via chamada de vídeo.
Ressaltando novamente, sair de casa para realizar atividades além das essenciais ainda pode representar um grande risco para a saúde. Por isso, é preciso seguir todas as recomendações para que o contágio se espalhe cada vez menos.
Caso você esteja passando pela fadiga na quarentena e queira seguir as dicas citadas acima, não esqueça de:
A escutaaqui possui profissionais capacitados para auxiliar você a passar por essa fase estando bem consigo mesmo. Nós queremos permitir que você tenha sessões de terapia online de qualidade, mas também queremos outros, com menos recursos, também tenham essa oportunidade. Assim, a cada sessão paga, uma é dada! Converse agora mesmo com um especialista para saber mais!